22/06/2007

Primavera Sound 2007 - Barcelona

Oié! Depois de um hiato criativo volto a escrever algo por aqui. Pois de 31 de maio até 2 de julho estive no Primavera Sound (www.primaverasound.com) , meu primeiro de muitos festivais aqui pelas terras do Cervantes. Esse lance reunia mais bandas fodas do que eu imaginava ver em 10 anos, assim que mesmo depois do cancelamento do Explosions in the Sky me movi 250 km de Castellon de La Plana a Barcelona para 3 dias e 3 noites de roquenrou. Minhas impressões sobre a música, o ambiente, o estáile das pessoas, além de fotos de má qualidade feitas com celular e o que mais me der na telha seguem abaixo, de forma breve e desconexa, pois resenhas eu deixo pros profissionais.

QUINTA-FEIRA, 31 DE MAIO

Cheguei a Barcelona já meio queimado no horário para descobrir que do albergue onde eu estava, até o Parc Del Fórum, local do festival, eram uns 45 minutos de metrô. E lá se ia o Comets on Fire. Já nos arredores do festival, o que impressionava era o lugar, um parque na beira do mediterrâneo, com direito a uma roda-gigante, píer de iates e tal. Depois de 30 segundos já tinha acostumado os olhos com a paisagem, me dei conta de que eu fazia parte da minoria que ia ao festival de camiseta e calça jeans. Havia de tudo circulando por ali, desde os já conhecidos clones de Strokes, com cabelos simétrica e cuidadosamente desgrenhados e jaquetinhas que deixariam os Stratopumas suspirando num misto de vergonha e cobiça, até visuais inspirados em figuras de impacto visual extremo como Weird Al Yankovic, Elton John e Chefe Apache, dos Superamigos. E tudo isso só na fila pra entrar. 20 minutos depois pego minha pulseirinha amarelo-fluorescente na entrada e me vou.

Melvins performing Houdini – Brutal

Só consegui assistir o lado B do Houdini, mas a tempo de ouvir Sky Pup, Joan of Arc e a versão de 20 e poucos minutos de Spread Eagle Beagle. Com duas baterias, o baixo mais estourado que eu já vi, e vestindo mantos negros, os caras pareciam mais estar invocando Azathot do que executando seu disco mais representativo.


'Ph'nglui mglw'nafh Azathot R'lyeh wgah'nagl fhtagn.'


Slint performing Spiderland – Eu estava lá...

Slint, junto com Explosions in the Sky, eram os nomes que apareciam grifados aos meus olhos quando li o line-up do festival, e quando a hora chegou, a sensação foi bastante semelhante a do show dos Pixies, em 2004, misturando êxtase e incredulidade com a satisfação de simplesmente estar ali. Com uma execução idêntica ao disco, incluindo a voz adolescente onanista do Brian McMahan, o resultado foi o esperado: um show fenomenal... e curto.


... e vi Good Morning Captain sendo executada ao vivo :D


Smashing Pumpkins – ... afinal, estamos em 1993 outra vez

Mais um revival. E desta vez lotou. Foi dos poucos shows em que eu TENTEI e não consegui chegar perto o suficiente pra tirar uma foto . Com direito a trilha sonora do Suspiria na abertura de show, e os Pumpkins vestidos com mantos brancos, tudo era emoção ali: Faixas com dizeres de boas-vindas ao melhor estilo xou da xuxa, garotinhas chorando, emos chorando, marmanjos chorando, Billy Corgan incontestavelmente tocado com a reação do público e sorrindo, o que já é muito pra alguém sabidamente antipático. Com 1979, Zero, Today e Bullet With Butterfly Wings no repertório o que podia dar errado, afinal?

"You Can Make it Last, Forever You..."



"Isso, Billy! Toca Thirty Three pra mim!"



"Não, não, é pra mim! Eu te amo, Billy!!"



"Hihi... aie..."


White Stripes – Ah, se fossem 5 anos atrás...

Eu já fui bem mais fã de White Stripes. BEM mais. Ainda assim, o show contagiou. Jack White, depois de uma estância larga e dolorosa de crimes contra o bom-gosto musical com o palhoso do Brendan Benson, volta com a muito mais aprazível Meg White da maneira que tem que ser: em vermelho, preto e branco. Com as pernas doendo, o máximo que eu podia fazer era me balançar e esperar Cannon, Black Math e Hardest Button to Button. E elas vieram. E ainda tinha um Wurlitzer vermelho lindão no palco.


Fuck you, Benson!


Depois disso, dormi no banco até as 5, quando passa o primeiro metrô, que depois de 45 minutos me levaria a tão desejada cama. E era só o primeiro dia.