SÁBADO, 2 DE JUNHO
Feitoria! Último dia de festival, e última vez que eu tento escrever sobre festivais e coisas desse tipo. Ou ao menos com tantos detalhes como foi aqui. Ou não. O lance é que eu não tenho nem a agilidade nem a vontade necessária. De qualquer maneira, o blog é meu, e se eu quiser terminar de falar sobre uma coisa quatro meses depois de ela ter ocorrido, vocês vão ter que agüentar. Ou não. Anyway, vamos aos fatos.Depois da lição do dia anterior, a ordem do dia era não gastar as energias de tarde. Com esse pensamento na cabeça e muitos tickets de cerveja na mão, fui ao que realmente interessava.
Ted Leo and the Pharmacists - pff…
Perdi cerca de 20 minutos do show do The Apples in Stereo pra confirmar o que eu já sabia. Uma merda. Preciso confiar mais em mim mesmo.The Apples in Stereo – Shine a Light
Típico showzinho massa pra ver sentado, tomando uma bira e batendo o pezinho. E foi exatamente o que eu fiz. Eram 18:30, o sol brilhava, a ceva era gelada e tudo era alegria.The Long Blondes – Fazendo hora, mas com alguma qualidade
O show dessas pintas foi algo que eu “vi” com tanto interesse quanto veria um show da Pública. Mesmo a vocalista ser altas gata não foi suficiente pra me manter de pé. Ainda assim, a música até que me agradou, coisa que a Pública nunca conseguiu.Architecture in Helsinki – Fim de tarde no campo de papoula
Nunca fui fã dessa banda. Baixei o disco e deletei. O show também, nada de mais, mas na ocasião até que entrou bem. Musiquinhas felizes, gente alegre dançando, céu azul e o mediterrâneo ao fundo colaboraram pra transformar essa banda palha em algo até assoviável. Destaque para It’5!, que tem o poder de fazer motoqueiros barbudos dançarem e sorrirem como Rick Astley.Pelican – Metal for dummies
Após a explosão de alegria, me desloquei ao palco ATP para o momento metal do festival: Pelican e Isis in a row. Mesmo antes do show começar já se notava que o público era seleto. Todos os caras com calças largas, jaquetonas adidas, rastafári, piercings, alargadores e tatuagens pouco aceitas pela sociedade estavam ali. Eu nunca tinha tido contato visual de qualquer natureza com os caras do Pelican, mas se algum dia eu construí na minha mente uma imagem deles, ela certamente era totalmente distinta da realidade. Uns tipos mirrados, com pinta de piá que tem banda cover de dance of days. E o guitarrista ainda é a cara do Michael Palin. O show empolgou medianamente a massa. Eu, pessoalmente, curti.Isis – Metaleiros malvados
Aqui a coisa foi distinta. A noite já havia chegado, e quando as luzes se apagaram, anunciando o inicio do show, ficou claro que a turba estava cagando e andando pro Pelican, esperando mesmo pra ver esses caras. E acho que eles não decepcionaram. Com um inicio brutal, disparando as duas primeiras faixas do In The Absence of Truth, Wrists of Kings e Not in Rivers, but in Drops, a escumalha metaleira (eu, inclusive) já estava conquistada. Daí pra frente foi só não deixar a peteca cair e já era.Sonic Youth performing Daydream Nation - !!!!!
Existem coisas (desejos, aspirações, perguntas, curiosidades) que, desde sempre, povoam a mente das pessoas. Seja descer o Centro Administrativo de skate, conhecer Paris ou ter 25 mil reais pra gastar em uma tarde. Ver o Daydeam Nation ser executado na íntegra povoa os sonhos úmidos de 97,4% das pessoas cujo gosto musical pode ser levado em consideração (nunca sonhou com isso? Pois é). Enfim, era um momento de celebração, delírio coletivo, alegria e realização. E o lance foi perfeito. Detalhes, como o Thurston botando os óculos e puxando um papelzinho enquanto o Lee pergunta “Got your notes?” para tocar Rain King, ou a cara de dúvida do Thurston para o Steve sobre quando a música entra, enquanto mantém o riffzão do início da terceira parte de Trilogy ainda deram um tom especial de humanidade ao show. Bom saber que corre sangue na veia dessa gente. Momento fodástico: ‘Cross the Breeze. Guitarrinha limpa anunciando a música, e a vibração do público. Logo inicia o Riffzinho, e o ambiente é quase silencioso, esperando o momento do êxtase. Os baquetaços de Steve Shelley fazem a contagem regressiva e então o mundo explodiu. Já não era possível ficar parado. E se alguém realmente queria ficar parado, não merecia estar ali.Grizzly Bear – E Jesus cai pela terceira vez
Mas diferente do conto infantil, minha Maria Madalena não estava lá pra me ajudar. Cansado pra cacete e com uma fome devastadora, passei no buteco e comprei uma ceva e 2 hot-dogs antes de me lançar pro próximo show. Sentado, teor alcoólico anormal, jantando sozinho no meio de uma multidão e ouvindo Grizzly Bear. Melancolia. Quero o meu bem. Mas o show tava massa. Ainda teve participação de um pessoalzinho do múm, cujo show eu perdi, e do bonitinho do Beirut.Battles – Pra terminar fodendo o cu do palhaço
Graças à desistência dos Klaxons eu pude ver esse PUTA show, que originalmente era na mesma hora que o Sonic Youh e seria deixado lado. Movido da meia-noite para as 3:30, Battles só competia com Wilco, e aí não tinha o que pensar. Com um sorriso no rosto perdi o Tweedy e sua turma apenas para estar na primeira fila e acompanhar de perto o que essas pintas fazem com a caralhada de eletrônicos que eles trazem. Loops de voz e de baixo, notebooks, teclado e guitarra sendo tocados simultaneamente pela mesma pessoa, efeitos de voz... tudo funcionando perfeitamente. Se não fosse o SY, teria sido o show mais fodão, certo.Shows que eu me pilhava, mas perdi: Of Montreal, Comets on Fire, Parenthetical Girls, Fennesz & Mike Patton, Justice, Hot Chip, Spiritualized acústico, The Good The Bad and The Queen, Buzzcocks, múm, Lisabö e Shitdisco. Klaxons cancelaran na última hora, e Explosions in the Sky cancelaram todos os shows do primeiro semestre, incluindo este :~
Cabô. Esperam que tenham gostado. Eu me esforcei, ok?