QUINTA-FEIRA, 31 DE MAIO
Cheguei a Barcelona já meio queimado no horário para descobrir que do albergue onde eu estava, até o Parc Del Fórum, local do festival, eram uns 45 minutos de metrô. E lá se ia o Comets on Fire. Já nos arredores do festival, o que impressionava era o lugar, um parque na beira do mediterrâneo, com direito a uma roda-gigante, píer de iates e tal. Depois de 30 segundos já tinha acostumado os olhos com a paisagem, me dei conta de que eu fazia parte da minoria que ia ao festival de camiseta e calça jeans. Havia de tudo circulando por ali, desde os já conhecidos clones de Strokes, com cabelos simétrica e cuidadosamente desgrenhados e jaquetinhas que deixariam os Stratopumas suspirando num misto de vergonha e cobiça, até visuais inspirados em figuras de impacto visual extremo como Weird Al Yankovic, Elton John e Chefe Apache, dos Superamigos. E tudo isso só na fila pra entrar. 20 minutos depois pego minha pulseirinha amarelo-fluorescente na entrada e me vou.Melvins performing Houdini – Brutal
Só consegui assistir o lado B do Houdini, mas a tempo de ouvir Sky Pup, Joan of Arc e a versão de 20 e poucos minutos de Spread Eagle Beagle. Com duas baterias, o baixo mais estourado que eu já vi, e vestindo mantos negros, os caras pareciam mais estar invocando Azathot do que executando seu disco mais representativo.Slint performing Spiderland – Eu estava lá...
Slint, junto com Explosions in the Sky, eram os nomes que apareciam grifados aos meus olhos quando li o line-up do festival, e quando a hora chegou, a sensação foi bastante semelhante a do show dos Pixies, em 2004, misturando êxtase e incredulidade com a satisfação de simplesmente estar ali. Com uma execução idêntica ao disco, incluindo a voz adolescente onanista do Brian McMahan, o resultado foi o esperado: um show fenomenal... e curto.Smashing Pumpkins – ... afinal, estamos em 1993 outra vez
Mais um revival. E desta vez lotou. Foi dos poucos shows em que eu TENTEI e não consegui chegar perto o suficiente pra tirar uma foto . Com direito a trilha sonora do Suspiria na abertura de show, e os Pumpkins vestidos com mantos brancos, tudo era emoção ali: Faixas com dizeres de boas-vindas ao melhor estilo xou da xuxa, garotinhas chorando, emos chorando, marmanjos chorando, Billy Corgan incontestavelmente tocado com a reação do público e sorrindo, o que já é muito pra alguém sabidamente antipático. Com 1979, Zero, Today e Bullet With Butterfly Wings no repertório o que podia dar errado, afinal?White Stripes – Ah, se fossem 5 anos atrás...
Eu já fui bem mais fã de White Stripes. BEM mais. Ainda assim, o show contagiou. Jack White, depois de uma estância larga e dolorosa de crimes contra o bom-gosto musical com o palhoso do Brendan Benson, volta com a muito mais aprazível Meg White da maneira que tem que ser: em vermelho, preto e branco. Com as pernas doendo, o máximo que eu podia fazer era me balançar e esperar Cannon, Black Math e Hardest Button to Button. E elas vieram. E ainda tinha um Wurlitzer vermelho lindão no palco.Depois disso, dormi no banco até as 5, quando passa o primeiro metrô, que depois de 45 minutos me levaria a tão desejada cama. E era só o primeiro dia.
2 comentários:
eu sabia que a europa era avançada yadda yadda, mas também achava que o calendário era o mesmo. que bobinha! repare, no brasil ainda não acabou junho e você, que foi a barcelona, ficou na cidade até 2 de julho.
que cousa!
Caraca, o Billy Corgan. Eu te odeio. (Sim, isso é a mais pura inveja).
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