21/03/2007

Especial Festa da Magdalena - Parte 2 de 2

ATENÇÃO, MALANDRO! SE TU NÃO PERCEBEU, ESSA É A PARTE 2 DE 2, LOGO É NECESSÁRIO LER A PARTE 1 DE 2 PRIMEIRO, SACA? TÁ LOGO ALI ABAIXO. TU VAI VER QUE TUDO VAI FICAR MUITO MAIS FÁCIL.


Castillos de Fuego


Show de fogos. Nada que não se tenha no aniversário de Porto Alegre, na Redenção, ou em Torres, no Ano Novo.

Tourada


Esse massacre vai ter um post próprio em alguns dias. Stay Tunned.

Desfiles


Coisa pra velho. Só vi alguns de relance enquanto me deslocava pra algum lugar. Fotos com qualidade proporcional ao interesse.





Correfocs


O ponto alto da semana. A idéia básica é tu ir andando em romaria cantando enquanto uns caras largam fagulhas nas pessoas, mas a coisa é bem mais divertida que isso. E também bem menos perigoso do que o vídeo aparenta. Quando cheguei lá no ponto de início, onde tinha combinado com um amigo, percebi que as pessoas iam muito vestidas. Bonés, capuzes, mascaras ao estilo velho oeste, jaquetas grossas. Nesse momento eu pensei que talvez o lance fosse realmente para espanhóis com pouco amor à vida, ou muito amor à dor, mas logo meu amigo chegou com um boné, um casaco grosso e muitas palavras de incentivo destinadas a mim, ao que logo já estava novamente pilhado. Luzes da rua se apagam. OK, vai começar. Um pinta vestido com algo que seria uma mescla de santo e demônio, manejando fogos de artifício chega, seguido por uma banda vestida com roupas de bruxo e tocando musicas bastante macabras. Ele então sobe num desses coisas usados pra trocar lâmpadas de poste e é elevado aos céus coberto por uma chuva de chispas enquanto saúda a população, se auto-intitula San Raro (são estranho) e começa um discurso em valenciano sobre alinhamento estelar, eclipses, demônios, símbolos e essas coisas que fazem as minas que curtem wicca se sentirem altas bruxas. Eu já pensava se estaria disposto a me banhar em sangue de bode ou comer um coração recém arrancado de um boi em nome da curiosidade turística quando San Raro manda seu acólitas com roupas semelhantes a da ku klux klan iniciarem o expurgo dos pecados e já não havia tempo pra baitolices. Daí pra diante foi acompanhar a batida cadenciada dos tambores e abaixar a cabeça quando vinham os ministros do tinhoso até o final do trajeto, onde rolou um show de fogos de artifício, pra variar. Segue um vídeo de um correfocs em Lleida bastante similar ao de Castellon.



Ao estilo Forrest Gump: ... e isso é tudo que eu tenho a dizer sobre a Festa da Magdalena.

Falou.

20/03/2007

Especial Festa da Magdalena - Parte 1 de 2


Bom, desde o dia 10 até o dia 18 estavam comemorando por aqui(e bastante) a festa da Magdalena. Pelo que eu saquei, ela é um misto de celebração religiosa de algum tipo já que ela não tem uma data fixa, sendo comemorada não sei quantos dias antes da quaresma, misturado com o aniversário da cidade de Castellon de La Plana. A cidade inicialmente era lá nas montanhas, até que em 1251 a cidade se moveu em direção a costa, vindo para a planície. Daí Castellon de La Plana.

Abaixo segue um resumo das coisas que rolaram por aqui nessa semana, ou ao menos das coisas que eu vi. Foi.

Mascletá


Acordei às 10 de um sábado para ver a tal mascletá, que nada mais são do que uns 10 minutos do mais puro white noise pirotécnico espanhol. Fogos de artifícios desses sem cor, sem brilho, sem glamour, do estilo que soltam quando o São José entra em campo, somente pelo prazer do barulho, ou agora, para saudar o Danrlei. A verdade é que a coisa é realmente barulhenta, como dá pra ver aí:



Mesones


Nesse mesmo dia, logo depois da mascletá, segui para o que, segundo consta, é a regra geral: ir ao Mesón del vino. Um conjunto de umas 50 bancas que vendem exatamente a mesma coisa: Lambrusco. Um vinho rosé frisante pra lá de sem-graça. Pra deixar tudo ainda melhor, tu paga no mesón um preço 4 vezes maior do que no supermercado, e “ganha” um pratinho com amendoim e outras iguarias. A seleção musical também é estranha, indo de Smashing Pumpkins para Mariah Carrey e logo para pérolas da musica romântica espanhola dos anos 60 sem nem pedir licença.


Há também o Mesón de La tapa e La cerveza, muito melhor do que o do vinho. Aqui sim se come bem pra cacete. Tapas são o que se poderia chamar de aperitivos. Batatas bravas, batatas fritas, lula, polvo, camarão, lagosta, presunto, bacon, espetinhos, queijos e mais um mar de delicias a um preço bastante convidativo (€ 1,50). Junta isso às tendas das maiores marcas de cerveja por aqui (Estrella Damm, Amstel, Mahou,...) bombando a crème de la crème do acid house (ahan) e tu tem o mesón.


Shows na Praça Las Aulas


Primeiro, para explicar, por aqui existem as collas, que são um similar dos blocos de carnaval. Um grupo de amigos que fazem uma camiseta personalizada, com uma piadinha infame e o tradicional “Fiesta de la Magdalena 2007” que ao final, serve para se encontrarem mais facilmente depois de voltar da dose de glicose nas vans da SAMU. Entretando, existem algumas que são BEM grandes, como a Colla Del Rei Barbut (isso aí, bloco do rei barbudo. Já sabe valenciano, espertão), que bancou shows na Praça Las Aulas todos os dias da semana. OK, eram bandas ruins, mas tinha estrutura, com dançarinas, backing vocals, projetores e coisas que te fazem ter certeza de que elas não tocaram de graça ou por cerveja, ao estilo ceninha indie portoalegrense. Enfim, shows de merda, mas era o que tinha.

05/03/2007

Só para os iniciados

Finalmente! Ontem estava vendo Otra Terapia Peligrosa (A máfia volta ao divã, que não é um nome especialmente melhor) e não mais que de repente o De Niro profere a seguinte frase: "¡Este chico és un jodido MAMÓN!" Achei que merecia um registro.


"¡Este chico és un jodido Mamón!"

01/03/2007

"Fazendo o DNI" ou "Primeiro mundo... Pff" ou "A perda de tempo do Conde Drácula"

Primeiramente, para contextualizar o prezado leitor, farei uma breve análise socio-econômica do país que Vlad III O Empalador tanto lutou para manter longe das mãos dos Turcos Otomanos: A Romênia está na mais pura merda. Feita está análise, vamos aos fatos:

Segunda, 26, fui fazer meu DNI espanhol. O documento redentor, que me permitirá andar sem o passaporte, que num bolso de calça se mostra tão prático quanto uma edição ilustrada da bíblia. Chegando à tal “Extranjeria”, (lá pelas 12:00, ou algo assim) de cara me assustei com a quantidade de pessoas, que eram torno de 150, sendo 97.56% delas de origem romena. Fui direto ao guardinha perguntar se eu realmente teria que enfrentar aquela fila, o que, obviamente, era verdade. Me posicionei estrategicamente então, como último da fila. Não que isso fosse realmente longíssimo da porta, já que grande parte das pessoas, de maneira bastante estúpida, ficava aglomerada la na frente, tentando ser atendido primeiro. Facilmente observei que ninguém estava sendo atendido, e em uma conversa estranha entre um brasileiro e um romeno falando em espanhol, descobri que o atendimento seria apartir das 14:30. Massa.

Daí até as 14:00 tudo ocorreu na santa paz, com pessoas perguntando ao guardinha que horas teriam que chegar para serem os primeiros da fila, reclamando que tinham que trabalhar, etc, etc. Deu tempo de conhecer uma argentina que tava ali perdida também. Foi então que o guardinha entrou para almoçar e fechou a porta, deixando a escumália ali, do outro lado do vidro.


Na falta de uma autoridade real para guiar a turba remelenta e mal-cheirosa de imigrantes (eu incluso), surgiram de algum lugar dois romenos de uns 25 anos, com uma lista de nomes na mão, tentando tomar as rédeas da coisa (foto acima). Nesta lista havia o nome das pessoas que haviam chegado lá pelas 6 da manhã e que seriam atendidas primeiro. Muito justo, exceto pelo fato de que quem estava falando tudo isso era apenas mais um imigrante remelento e mal-cheiroso, e não um policial, um funcionário do governo, ou o que seja. Isso causou uma discussão acalorada entre os romenos que estavam e os que não estavam na lista. Eu, como não entendia nada de qualquer maneira, tratei de me manter na fila, junto a parede, como me havia dito o simpático guardinha. A coisa se manteve nesse bate-boca romeno, com momentos de maior e menor tensão até que as 14:30, numa bela sincronia, o guardinha surgiu na porta dizendo que não tinha nada de lista e 3 camburões da polícia local surgiram na esquina, mostrando quem realmente mandava naquela merda.

O romeno que tinha as bases.

E os romenos que não tinham.

Gritos, empurrões, praguejamentos, blasfêmias, mas tudo ficou em ordem, ao final. As pessoas que estavam se fiando na tal lista e nos lunáticos se foderam, obviamente, indo parar ao final da fila, carregados aos empurrões. E quem estava na fila da parede foi atendido bastante rápido. No caso, eu. Cheguei a me questionar por estar entrando na frente de pessoas que chegaram muito antes de mim, mas aquela não era hora mais adequada para bancar o altruista.