01/03/2007

"Fazendo o DNI" ou "Primeiro mundo... Pff" ou "A perda de tempo do Conde Drácula"

Primeiramente, para contextualizar o prezado leitor, farei uma breve análise socio-econômica do país que Vlad III O Empalador tanto lutou para manter longe das mãos dos Turcos Otomanos: A Romênia está na mais pura merda. Feita está análise, vamos aos fatos:

Segunda, 26, fui fazer meu DNI espanhol. O documento redentor, que me permitirá andar sem o passaporte, que num bolso de calça se mostra tão prático quanto uma edição ilustrada da bíblia. Chegando à tal “Extranjeria”, (lá pelas 12:00, ou algo assim) de cara me assustei com a quantidade de pessoas, que eram torno de 150, sendo 97.56% delas de origem romena. Fui direto ao guardinha perguntar se eu realmente teria que enfrentar aquela fila, o que, obviamente, era verdade. Me posicionei estrategicamente então, como último da fila. Não que isso fosse realmente longíssimo da porta, já que grande parte das pessoas, de maneira bastante estúpida, ficava aglomerada la na frente, tentando ser atendido primeiro. Facilmente observei que ninguém estava sendo atendido, e em uma conversa estranha entre um brasileiro e um romeno falando em espanhol, descobri que o atendimento seria apartir das 14:30. Massa.

Daí até as 14:00 tudo ocorreu na santa paz, com pessoas perguntando ao guardinha que horas teriam que chegar para serem os primeiros da fila, reclamando que tinham que trabalhar, etc, etc. Deu tempo de conhecer uma argentina que tava ali perdida também. Foi então que o guardinha entrou para almoçar e fechou a porta, deixando a escumália ali, do outro lado do vidro.


Na falta de uma autoridade real para guiar a turba remelenta e mal-cheirosa de imigrantes (eu incluso), surgiram de algum lugar dois romenos de uns 25 anos, com uma lista de nomes na mão, tentando tomar as rédeas da coisa (foto acima). Nesta lista havia o nome das pessoas que haviam chegado lá pelas 6 da manhã e que seriam atendidas primeiro. Muito justo, exceto pelo fato de que quem estava falando tudo isso era apenas mais um imigrante remelento e mal-cheiroso, e não um policial, um funcionário do governo, ou o que seja. Isso causou uma discussão acalorada entre os romenos que estavam e os que não estavam na lista. Eu, como não entendia nada de qualquer maneira, tratei de me manter na fila, junto a parede, como me havia dito o simpático guardinha. A coisa se manteve nesse bate-boca romeno, com momentos de maior e menor tensão até que as 14:30, numa bela sincronia, o guardinha surgiu na porta dizendo que não tinha nada de lista e 3 camburões da polícia local surgiram na esquina, mostrando quem realmente mandava naquela merda.

O romeno que tinha as bases.

E os romenos que não tinham.

Gritos, empurrões, praguejamentos, blasfêmias, mas tudo ficou em ordem, ao final. As pessoas que estavam se fiando na tal lista e nos lunáticos se foderam, obviamente, indo parar ao final da fila, carregados aos empurrões. E quem estava na fila da parede foi atendido bastante rápido. No caso, eu. Cheguei a me questionar por estar entrando na frente de pessoas que chegaram muito antes de mim, mas aquela não era hora mais adequada para bancar o altruista.

Um comentário:

Rubens disse...

Brasileiro é foda... Já ta furando fila aí... tsc, tsc, tsc